"Onde houver um cineasta, de qualquer idade ou de qualquer procedência,
pronto a pôr seu cinema e sua profissão a serviço das causas importantes de seu tempo,
aí haverá um germe do Cinema Novo."
Glauber Rocha | 1965


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

22 de Dezembro

...
Terça-feira, 6h15

Dia da PARTIDA. As 5h00 da manhã todos na produtora no Pacaembú para retirada do equipamento. 5h10 van carregada e carro na rua rumo a ITAPECIRICA DA SERRA, extremo sul de São Paulo. Precisamente JARDIM JACIRA. Sem trânsito, 1 hora de "viagem".

Nesse último ROTEIRO que mexi resolvi ser ousado e "ESCREVI" duas sequências: a de ABERTURA e a de ENCERRAMENTO.
Cena simples. Seo Francisco anda pela casa já vazia fechando as portas e janelas e sai com a mala... Num plano sequência. Só conseguimos metade da cena. A minha "teimosia" em ensaiar o movimento, coreografar câmera e personagem e ainda repetir 3 vezes as duas cenas custaram os 45 minutos que tínhamos...
Na verdade, como todo documentário, provavelmente eu já tivesse uma abertura e encerramento dentre as 6 horas 15 minutos de material, mas quis arriscar, quis inserir um mise-en-scène no filme. NÃO DEU.

7h05, em frente a casa de Seo Francisco

- Ei, são 7h00, vocês precisam ir. O Francisco vai perder o ônibus!
Me repreendeu o amigo-vizinho.

Já sei, já sei e nem olhei a cara do sujeito. Saco!

Todos na van e fomos dar uma CARONA para o personagem ao metrô. Uma hora e meia depois, metrô São Judas.

Já do outro lado do bloqueio, Francisco e um amigo descem a escada rolante com DUAS MALAS e DUAS CAIXAS de papelão. Todos da equipe olham.
Silêncio.

Bom, cafezinho para animar e toca de novo para ITAPECIRICA, extremo sul de São Paulo. Bem SUL MEEESMO...

Tinha perdido minha abertura e não queria arriscar uma busca no bruto. Fomos fazer mais algumas cenas. Uma panzinha aqui, uma subjetiva ali e tudo terminado.
Na saída do bairro uma paradinha na primeira BIROSCA no caminho para comprar ÁGUA. Todos descem...

- Ué, todo mundo desceu?! Vamos tomar aqui então. Amigo, duas garrafas pra gente e cinco copos.
- Só se for agora! Solta o rapaz do balcão.

Rodrigo-fotógrafo, eu, Daniel-logger, Pinta-áudio, Anderson-motora
e LUIZÃO-o-rapaz-do-balcão


Ah, era um boteco. Numa comunidade. Não pegava bem tomar água...
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